Você conhece a origem do nome da cidade? Sabe qual esporte foi inventado aqui? Confira essas e outras curiosidades sobre o Rio de Janeiro!

De alguma forma ou de outra, todos conhecem o Rio de Janeiro. Mas partir do dia 5 de agosto, cariocas e turistas descobrirão uma nova faceta da capital fluminense: a de sede dos Jogos Olímpicos, os primeiros a serem realizados na América do Sul.

Mesmo diante de toda a atenção que vem recebendo, o Rio ainda guarda muitos fatos interessantes desconhecidos pela maioria de seus visitantes. Confira algumas curiosidades sobre a Cidade Maravilhosa!

1. A cidade recebeu o seu nome de um rio que não existe

Em janeiro de 1502, o navegador português Gaspar de Lemos chegou à Baía de Guanabara, às margens da qual a cidade seria oficialmente fundada anos mais tarde, em 1565. Na ocasião, confundindo a baía com a foz de um rio, os exploradores deram ao local o nome de Rio de Janeiro, por ter sido descoberto no primeiro mês do ano.

Embora essa etimologia seja bastante aceita, alguns historiadores apontam que, para os portugueses do século 16, “rio” poderia ser um termo de maior abrangência, usado para designar diferentes corpos d’água; afinal, como navegadores experientes cometeriam um erro tão banal? Seja como for, o nome pegou – e como!

2. O Rio já fez parte de uma colônia francesa

Os portugueses podem ter sido os primeiros a chegar, mas foram os franceses quem inicialmente se estabeleceram na cidade.

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Em 1555, financiado pelo rei Henri II, o aristocrata Nicolas Durand de Villegagnon fundou o Forte Coligny em uma das ilhas na Baía de Guanabara: era o começo da efêmera colônia França Antártica, uma base militar importante nas Américas e um refúgio para os protestantes então perseguidos na França.

Apesar de sua vida curta – os portugueses tomaram a fortaleza em 1560 e expulsaram completamente os franceses em 1567 –, a colônia deixou a sua marca na história. Ainda hoje, a Ilha de Villegagnon, atualmente sob a responsabilidade da Marinha (brasileira, claro), leva o nome de seu primeiro ocupante.

3. Foi a capital de um dos maiores impérios do mundo

Não é raro encontrar estrangeiros que pensam que o Rio é a capital do Brasil – afinal, até 1960, ano de inauguração de Brasília, a cidade de fato o era. O que poucos sabem é que o Rio foi não apenas a capital do nosso próprio país, mas também de um império global: quando a Família Real portuguesa e a sua corte se mudaram para o Brasil, em 1808, fugindo das tropas de Napoleão, a cidade foi transformada em capital do Reino de Portugal e de seu vasto império ultramarino.

4. Quem nasce no Rio é…

A origem do gentílico do Rio de Janeiro é controversa: os cariocas podem ter recebido seu nome a partir de uma casa ou de um peixe! Não há dúvidas de que o termo “kara’iwa” vem do tupi, mas há mais de uma interpretação de seu significado.

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A teoria mais popular é que “kara’iwa” significa “homem branco” e “oka”, “casa”; a junção de ambos remeteria à “casa do homem branco”, expressão que os povos indígenas usavam para designar as construções que os colonizadores portugueses estavam edificando em suas terras.

Outros sugerem, no entanto, que a palavra viria de “akari”, termo com o qual os índios tupinambás designavam uma espécie de peixe, que serviu de apelido aos portugueses devido à semelhança de suas armaduras com o casco desse animal.

De qualquer modo, todos que nascem na cidade do Rio de Janeiro se reconhecem como cariocas – e com orgulho.

5. O seu principal ponto turístico é atingindo por raios todos os anos

O Brasil é o país com a maior incidência de raios em todo o mundo. No Rio de Janeiro, as constantes descargas elétricas ameaçam um de seus principais símbolos: o Cristo Redentor, considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

A explicação para a frequência do fenômeno é que a combinação de montanhas e grande concentração de água, como lagoas, baías e o mar, atrai descargas elétricas. Segundo o Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais, a estátua é atingida por em média, dois a quatro raios por ano. Na maioria dos casos não há danos, mas algumas tempestades são capazes de destruir partes do monumento.

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Foi o que aconteceu em janeiro de 2014, quando um raio alcançou o dedo médio da mão direita de Cristo e descolou um pedaço de pedra sabão. Na cabeça da estátua, há uma coroa de espinhos que serve como para-raios. Mas, na dúvida, o melhor é estar bem longe do Cristo em dias de chuva.

6. Existem quatro favelas para cada bairro residencial

Tão marcantes como o Cristo ou o Pão de Açúcar na paisagem carioca, as favelas se espalham pelos morros do Rio. Os números impressionam: segundo dados do Censo 2010, existem 160 bairros urbanizados e 763 favelas, nas quais vivem mais de 1 milhão e 300 mil pessoas, quase um quarto da população municipal.

Esses dados fazem do Rio a cidade com o maior número de pessoas morando em aglomerados subnormais – a terminologia do IBGE para definir agrupamentos de habitações precárias – em todo o Brasil. Para se ter uma noção, se todos os moradores de favelas no Rio de Janeiro formassem uma cidade à parte, ela ainda seria a 12ª maior do país em população.

7. Um navegador holandês deu nome a dois bairros cariocas

Os nomes dos bairros do Rio poderiam contar a história da cidade. A maioria homenageia os antigos proprietários de terras locais, como Ipanema, fundada por José Antônio Moreira Filho (o Barão de Ipanema), ou Botafogo, por João Pereira de Souza Botafogo, cujo sobrenome era atribuído, em Portugal, aos especialistas em armas de fogo.

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Assim, quase todos os nomes remetem aos colonizadores e a sua origem portuguesa. A exceção é o navegador holandês Olivier van Noort, que, segundo as lendas, veio a inspirar a denominação de dois bairros tradicionais da Zona Sul.

O nome do bairro Flamengo seria uma referência ao navegador, que tentou invadir a cidade no século 16 a partir da praia deste bairro. Na época, os holandeses eram chamados, inapropriadamente, de flamengos. Já Urca (do holandês “hulk”), que corresponde a um tipo de embarcação antiga usada pelos Países Baixos, seria a designação do navio de Van Noort.

8. O Rio é berço do frescobol

O esporte tipicamente praiano surgiu nas areias de Copacabana nos anos 1940. O seu idealizador, Lian Pontes de Carvalho, era dono de uma fábrica de pranchas e de móveis para a piscina, e usava as sobras de madeira de sua loja para confeccionar raquetes.

Frescobol Foto: Movi+

Depois que o frescobol foi proibido em Copacabana, seus praticantes começaram a frequentar outras praias para poder rebater a bolinha em paz, o que acabou contribuindo para a disseminação da atividade. Hoje, o jogo é uma das formas de lazer mais populares no litoral brasileiro e tem até um dia comemorativo, 10 de julho.

O escritor Millôr Fernandes, que ajudou a popularizar a prática, sabiamente constatou: “Único esporte com espírito esportivo, sem disputa formal, vencidos ou vencedores”.

9. Mais de 100 ilhas acompanham o seu litoral

A natureza foi generosa com o Rio. Os marcos naturais, como maciços, baías, lagoas, rios e morros, se unem harmoniosamente à metrópole vibrante, criando paisagens de beleza cênica.

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Ao longo de seu privilegiado litoral, com cerca de 250 km de extensão, existem mais de 100 ilhas. Muitas dessas estão na Baía de Guanabara, como a Ilha do Fundão, onde se encontra a Cidade Universitária da UFRJ; a Ilha do Governador, sede do Aeroporto Galeão; e a Ilha de Paquetá, repleta de pontos arquitetônicos e paisagísticos tombados e preservados – essa última é um dos passeios mais legais e diferentes do Rio de Janeiro.

Um dos arquipélagos mais famosos é o das Ilhas Cagarras, que pode ser visto da praia de Ipanema. O nome curioso refere-se à grande quantidade de excrementos de aves marinhas que ali vivem.

10. O Rio tem o recorde mundial de público em uma partida de futebol

Essa não é uma lembrança feliz para os torcedores brasileiros, mas um certo jogo entre Brasil e Uruguai entrou para a história. A partida que decidiu o final da Copa do Mundo de 1950, a favor do nosso vizinho sul-americano por 2×1, reuniu o maior público em uma partida de futebol, recorde registrado pelo Guinness.

Maracanã Foto: Leandro Neumann Ciuffo

Segundo a Fifa, quase 200 mil pessoas foram ao Maracanã – um total de 173.850 pagantes e cerca de 20 mil não pagantes. O Maraca pode até ter grandes dimensões, mas só foi possível comportar tanta gente porque naquela época a maioria dos torcedores ficavam em pé – nas gerais, sempre cabia mais um.

A partir dos anos 90, os estádios brasileiros foram remodelados para respeitar as leis de segurança e as exigências da Fifa, incluindo a obrigatoriedade de assento para todos os torcedores, o que reduziu a capacidade de público. Hoje, o Maracanã pode abrigar oficialmente 78 mil pessoas e sequer aparece entre os cinco primeiros colocados no ranking dos maiores estádios do mundo.

Texto por: Constance Laux

Curiosidades sobre o Rio de Janeiro
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